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Conto
Posted by Vetynha
on
15:44
Ana tinha necessidade
da dor e da solidão.
Trancada no banheiro do colégio,
ainda adolescente,
profanara a brancura das paredes
com seu sangue.
Um talho rápido.
O caco de vidro penetrou
fundo na palma de sua mão.
Havia uma comunhão estranha
entre o sangue que gotejava porpúreo,
quase preto, e a dor que agredia o ser.
Se punia por ser diferente,
porque as coisas repercutiam
tão profudamente em seu corpo.
Devaneava quando devia estar atenta.
Olhos fixos, distantes,
alma errante sem pouso,
se aproximava do perigo
e não tinha ninguém.
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