Curiosidade e medo
Está escuro
não se sente segura naquele quarto
Um corpo sobre o seu corpo
Treme apavorada
Com surpresa e terror
A menina percebe uma coisa
E solta um grito de dor
Não compreende
Fecha os olhos com força
As mãos agarram os lençóis.
Sentia intesamende o frio
Se perdia a olhar o teto ao amanhecer
Tinha necessidade da dor e da solidão
Matando-a um pouco a cada dia
possuia uma fragilidade,
Desejava não ser assim
parecia nao ter inportancia
ser era apenas ser, e pronto
Tentava agarrar instantes perdidos
As gotas e chuva encharcavam seu pensamento
As lagrimas se misturavam a água e deixava de senti-las
só na dor era possível.

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Ana tinha necessidade
da dor e da solidão.
Trancada no banheiro do colégio,
ainda adolescente,
profanara a brancura das paredes
com seu sangue.
Um talho rápido.
O caco de vidro penetrou
fundo na palma de sua mão.
Havia uma comunhão estranha
entre o sangue que gotejava porpúreo,
quase preto, e a dor que agredia o ser.
Se punia por ser diferente,
porque as coisas repercutiam
tão profudamente em seu corpo.
Devaneava quando devia estar atenta.
Olhos fixos, distantes,
alma errante sem pouso,
se aproximava do perigo
e não tinha ninguém.

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